Falamos incansavelmente sobre esse assunto há cerca de 40 anos, mas parece que agora muita gente já se esqueceu ou sequer sabe o que significa HIV. HIV é uma sigla para vírus da imunodeficiência humana; é o vírus que pode levar à síndrome da imunodeficiência adquirida, a AIDS.Para se ter ideia do quão letal a AIDS chegou a ser, desde a sua descoberta, há exatamente 40 anos, o HIV/AIDS já chegou a matar 35 milhões de pessoas.
“Apesar de grande evolução em termos de terapias retrovirais que vêm sendo desenvolvidas ao longo do tempo, ao contrário de outros vírus, o corpo humano não consegue se livrar do HIV. Isso significa que, uma vez que você contrai o HIV, você viverá com o vírus para sempre”, explica Emerson Fonseca Braga, epidemiologista do Hospital Evangélico de Belo Horizonte.
Mas o medo que tanto afetou as pessoas no passado parece que hoje não aterroriza mais: segundo a OMS, só em 2017, 940 mil pessoas morreram de causas relacionadas ao HIV e 1,8 milhão foram infectadas pelo vírus. Isso equivale a 5 mil novos casos todos os dias! Atualmente, 36,9 milhões de pessoas vivem com a doença no mundo. Destas, 1,8 milhão é criança com menos de 15 anos de idade.
O maior número de contaminados está na região da África subsaariana, devido à falta de acesso a medicações, pelas péssimas condições sócio-econômicas da própria população e pela baixíssima testagem que é realizada na região. Isso vem fazendo com que uma faixa etária extremamente contaminada seja os jovens com menos de 15 anos. São filhos de pais soropositivos e se não forem tratados deixaram bebês órfãos e doentes. Quem vai adotar essas crianças?”, questiona o doutor Emerson”. “O destino está sendo muito cruel para essas crianças” desabafa. A população menos der 15 anos está aumento demais. São filhos de pais sororopositivos, que, se não receberem tratamento, vão morrer, deixando bebês órfãos. E HIV+ é um destino muito cruel esperando por essas crianças”, lamenta.
O doutor Emerson ressalta também para outro fato terrível: regiões da Europa e dos Estados Unidos estão vivendo uma nova grande epidemia da doença devido ao compartilhamento de seringas para uso drogas injetáveis e também devido à influência de grupos negacionistas que, por algum motivo sombrio e egoísta, trata a Ciência como inimiga.
Brasil
Já no Brasil a situação é bastante diferente. Desde o início da pandemia, o governo passou a disponibilizar o “coquetel de remédios em todos os postos de saúde” e, em 2007, obteve a quebra da primeira patente. Com isso, houve ma queda de 60% nos custos dos medicamentos.Mas, apesar de tanta facilidade ao acesso seja às camisinhas, distribuídas fartamente nos postos, bem como todas as informações disseminadas, 2019 chegou a registrar 37.308 mortes pela doença. Um número alto, considerando-se que há tantos meio gratuitos para se evitar a AIDS.
Antigamente, os pacientes de AIDS morriam por doenças oportunistas, como falências de órgãos, infecções, superposição de infecções, tuberculose, infecção do sistema nervoso, casos e que se pode levar a óbito em poucos dias. Essa situação foi fundamental para que o meio científico tivesse termos de pesquisa e a população conseguisse se preparar para, se não receber a cura, ao menos para receber tratamento.
“Como a AIDS passou a matar menos, a epidemia foi aos poucos sendo controlada e isso fez com que o alerta acerca da doença diminuísse e a preocupação passasse para segundo plano. “Se tem tratamento, é normal que as pessoas fiquem mais tranquilas, mesmo em se tratando de uma doença para a qual ainda não há cura”, alerta Emerson.
Entre 2009 a 2019, o número de casos de AIDS no Brasil diminuiu, mas os homens são as maiores vítimas em todas as faixas etárias. No entanto, enquanto há 10 a AIDS atingia mais fortemente homens de 35 a 44 anos, hoje as vítimas estão mais entre jovens de 25 a 40.Ou seja, mesmo após 40 anos de incansáveis lutas pela prevenção e oferta de tratamento, o inimigo continua à solta, mas muita gente adulta e responsável por tantas outras pessoas de seu núcleo familiar finge que não vê: permanecem-se se pondo em risco e contaminando a si e aos outros.
Seja consciente: proteja-se e mantenha em dia todos os seus exames!
Fonte: Boletim Epidemiológico – Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde